segunda-feira, 1 de março de 2010

Um Olhar do Paraíso (recomendo!)


O filme de Peter Jackson (também diretor de O Senhor dos Anéis) chegou a ser considerado um dos mais aguardados do ano e logo após sua estréia encontrou um grande inimigo: a crítica internacional!
Fui assistir ao filme já esperando pela bomba, simplesmete pelo fato de ter lido as inúmeras coisas negativas que escreveram sobre ele. Fui surpreendido.
A idéia do filme já havia me agradado a partir do momento em que li sua sinopse oficial, não pelos eventos sobrenaturais, mas pelo romance policial. Com excelente fotografia, saturada de cores azuis e amarelas (céu/terra, jaqueta/calça, calma/movimento, irmã de Susie/assassino) somos conduzidos à inúmeros sentimentos junto à protagonista e também narradora Susie Salmon ("Salmon, like the fish", como costumava dizer), sendo apresentados à sua vida, sonhos e desejos, tão perfeitos quanto aos que assistimos nos comerciais de tv, porém somos interrompidos com a seguinte frase da menina: "Tinha quatorze anos quando fui assassinada, em 6 de dezembro de 1973".
Como se o simples fato em uma menina de 14 anos ser assassinada já não fosse cruel o bastante, somos apresentados ao seu assassino: o vizinho, homem de meia idade, que apenas nos é exibido como ser humano nos momentos em que está fingindo, tentado se passar por alguém comum. Nos outros momentos, é alguém com instintos animalescos, que fere por prazer e é capaz de ouvir pequenos ruídos, o que propicia momentos alucinantes ao espectador.
Após a morte da protagonista, passamos a ter duas histórias quase paralelas, ligadas algumas vezes por detalhes sutis, como no momento em que chega ao mar do "quase-paraíso", onde se encontra Susie, dezenas de barcos engarrafados e quebram-se ao chegar na costa, ao mesmo tempo que seu pai os espatifa contra a mesa em um gesto de desespero pela perda da filha. Ou em outros momentos as histórias são ligadas de maneira direta, como quando Susie abre um cofre e faz com que seu pai perceba a indentidade de seu assassino.
Susie passa a observar como sua família lida com sua morte e em alguns momentos interage para que seu assassino seja desmascarado.
O local em que a menina se encontra reproduz seu mundo e a faz realizar seus sonhos, brincar, rever seu quase namorado e a compreender sua morte. E isso traz uma das maiores peculiaridades do diretor Peter Jackson: o magníficos efeitos especiais apresentados são apenas um complemento à história e não sua substituição, como acontece em muitos filmes. Em determinados momentos perdemos o fôlego com a dimensão do que é exibido.
Por tudo isso, considero "Um Olhar do Paraíso" (The Lovely Bones, 2009) um excelente filme para quem está aberto à novidades, à outras maneiras de mostrar o mundo ou outras maneiras de fazer cinema.

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