segunda-feira, 27 de abril de 2009

A PAZ QUE EU NÃO QUERO!

Fiquei alarmado com as notícias relacionadas ao toque de recolher imposto aos jovens menores de 18 anos em algumas cidades, entre elas, Fernandópolis (SP).
No caso, trata-se de uma medida adotada pelo Juiz da vara da Infância e da Juventude da cidade, Evandro Pelarin, para reduzir a "delinquencia juvenil" e evitar que os jovens ficassem até tarde nas ruas consumindo bebidas alcoólicas e entorpecentes.
Segundo alguns dados, como o noticiado no www.estadão.com.br , a medida foi responsável pela redução de 80% dos atos infracionais e de 82% das reclamações do Conselho Tutelar.
A matéria esquece de mensionar o desreseito ao Estatuto da Criança e do Adolescente que a medida representa. Segundo o ECA a criança e o adolescente tem o direito de: "ir, vir e estar nos logradouros públicos e espaços comunitários [...]", sem mencionar restrição aos horários.
Imaginava que apenas um regime extremamente autoritário fosse capaz de impor tal regra.
Pergunto-me, quando as autoridades comprenderão que qualquer medida que venha no sentido de controlar a juventude será por ela rejeitada?
Implantando tal medida, inverte-se o papel que as autoridades devem exercer sobre a juventude. Isenta-se da construção de políticas sociais, essas sim, capazes de transformar uma sociedade.
Infelizmente, o medo da violência urbana pode levar muitos a apoiar tal medida, mas será que transformar as residências em presídios não pode ter um resultado negativo?
Podar a juventude no ápice de sua capacidade criativa e irrerente é no mínimo incompetência e incompreensão.
Precisamos de políticas públicas para a juventude e não de medidas autoritárias!

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