terça-feira, 9 de novembro de 2010

Figuras de linguagem

Este texto foi produzido para a aula de Português I do curso de Jornalismo e utiliza as seguintes funções de linguagem: 1. Linguagem jornalística; 2. Função poética; 3. Função Fática; 4. Função conativa; 5. Função Emotiva.

Homem traído é acusado de ameaçar ex-mulher

Na tarde de sexta-feira, Joana Silva Morais, moradora do bloco 4, foi surpreendida por uma carta supostamente feita por seu ex-marido, Carlito Morais, que por enquanto não possui residência fixa. Escrita com recortes de revistas, o conteúdo era contundente, Carlito não estaria mais disposto a conviver com a dor da separação e faria o que considerasse necessário para que Joana sofresse o que ele chamou de “dor que afligiste a minha testa chifruda, será a dor que sentirás teu peito cravejado por projéteis por mim lançados”. Confira a seguir, trecho da carta encontrada por Joana sobre seu travesseiro:

“Minha cabeça que outrora tenha sido ocupada por pensamentos nossos,

Hoje apenas jaz o que é fruto de teus atos promíscuos.

Pensaste em nossos filhos?

Pensaste em nosso amor?

Ver-te sorridente provoca-me a maior fúria

Que nunca pensei ser capaz de sentir.

Teus olhos não possuem mais cor

Teus lábios estão sem ardor.

Amo quem tu foste

E esta que aí estás não és mais tu,

Por isto acabarei com este ser repugnante,

Terminando com minha terrível dor!”

Para Joana o tom quase poético da ameaça não é novidade e conta ter convivido durante anos com o que considera “homem polido na maneira de falar, porém um desastre no modo de agir”. Entrevistada em seu apartamento pelos enviados do Jornal Metemos a Colher, Joana Silva Morais declarou:

“Nós mulheres, conhecemos muito bem os homens e estamos cansadas de sermos subjugadas às suas vontades e esquisitices. Não mais somos desprotegidas. Não mais ficaremos reféns de homens que muito falam e pouco agem. Tenho certeza de que as senhoras leitoras e moradoras do condomínio sairão em meu favor, temos o direito de fazer o que quisermos, assim como eles o fizeram durante séculos, concordam?”, declarou enfática a jovem estudante.

A redação recebeu dezenas de cartas comentando o assunto e aqui publicamos a da senhora Gertrudes, do bloco 7:

“Pois eu creio que este é um caso de sem-vergonhice crônica! Oh, seu Carlito! Sempre tão direito e ajeitado... quem sabe o senhor vê se toma uns chazinhos de camomila, apetece a sua raiva e para de atormentar a coitada da mulher? Que vergonha! Quem ameaça pobres damas merece apodrecer na cadeia! E a senhora dona Joana, eu sempre soube o que a senhora aprontava... tenho apenas uma palavra a dizer sobre a senhora: COMUNISTA! Meu condomínio não é pra gente como você, que perturba a ordem, e sim pra gente de bem! Nossos filhos e netos estão ameaçados pela desordem! FORA JÁ DAQUI VOCÊS DOIS!!!”

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